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Engenheira é arrastada no chão pelos cabelos por namorado terceirizado do Governo do Piauí que trabalha em delegacia usando arma de fogo |
![]() Danielle relatou as agressões sofridas em suas redes sociais para encorajar outras mulheres a denunciar seus agressores. Ela também conversou com o Cidadeverde.com e detalhou o ocorrido. Um grupo de seis amigos, incluindo Danielle e o ex-namorado, esteve na cidade de Milton Brandão no último domingo (16), participando de um evento local. No retorno a Pedro II, por volta das 23h, o grupo decidiu parar em uma hamburgueria. Milton Brandão fica a cerca de 30 quilômetros de Pedro II.
Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução A10+
"Ele começou uma discussão com uma mulher do nosso grupo que pediu silêncio, pois ele estava falando alto. Nesse momento, ele usou palavrões para ofender essa amiga. Outra moça, minha amiga, saiu em defesa dela e pediu que ele baixasse o tom, pois estava sendo agressivo. Fiquei constrangida, não gosto de brigas. Levantei, paguei minha conta e fui para o meu carro. Ele me seguiu, cobrando o fato de eu não ter defendido ele na discussão. Minha amiga viu que ele me seguiu e veio até o carro, pedindo que ele se afastasse e me deixasse ir embora. Foi então que ele a empurrou, e ela caiu. Saí em defesa dela e ele me empurrou também, e eu caí. A partir daí, as agressões não cessaram," relatou Danielle. Danielle concordou em entrar no carro com o agressor, e ambos saíram do local com ele dirigindo o veículo dela. "Ele saiu dirigindo o carro e colidiu com outro veículo estacionado. Tentei pedir ajuda, pois estávamos perto da Guarda Municipal, mas ele me alcançou, me derrubou e me arrastou pelo calçamento, puxando meus cabelos. Arrancou um tufo de cabelo meu. Meus joelhos e pernas ficaram cheios de ferimentos. Ele causou perda total na parte da frente do meu carro. Depois, no hospital, descobri que ele fez isso para justificar os ferimentos como decorrentes do acidente," afirmou. Foto: Arquivo Pessoal
Após a colisão, Danielle tentou ligar para amigos pedindo socorro, mas não conseguiu, pois o ex-namorado bloqueou seu celular com várias tentativas de senha incorretas. Ela ficou cerca de 30 minutos no local do acidente, próximo à sede da Guarda Civil Municipal de Pedro II, mas ninguém apareceu para ajudá-la. Quando conseguiu desbloquear o telefone, a jovem enviou sua localização para a amiga que havia sido agredida anteriormente. A amiga foi ao local com outro rapaz, mas não conseguiram conter o agressor. Um motociclista passou pelo local, e Danielle pediu ajuda. Ela subiu na moto para fugir, mas foi puxada pelas roupas pelo agressor, caindo junto com o motociclista. Nesse momento, um desconhecido passou de carro e, ao ver a confusão, desceu para ajudar. Ele conteve o ex-namorado de Danielle e a levou para o hospital para tratar os ferimentos. Foto: Arquivo Pessoal
Jovem foi levada para o hospital O ex-namorado seguiu Danielle até o hospital, onde tentou intimidá-la novamente. Ela entrou em estado de choque ao vê-lo e correu para dentro da unidade de saúde. O ex-namorado foi contido pelos seguranças do hospital e Danielle foi atendida. Os profissionais de enfermagem comunicaram à polícia, que prendeu o homem em flagrante. Os pais de Danielle foram chamados ao hospital para acompanhar a filha durante o atendimento, momento que a jovem descreveu como um dos mais impactantes de sua vida. "Quando vi meus pais entrando no hospital e me vendo naquela situação, eu desabei. Estava em um estado deplorável, toda ensanguentada," disse emocionada. Com o agressor preso, Danielle e a amiga foram levadas à delegacia para registrar a ocorrência. De volta ao hospital, ela foi medicada e liberada por volta das 5 horas da manhã. Foto: Arquivo Pessoal
Segundo o delegado Júlio Campelo, titular da Delegacia de Pedro II, que preside a investigação, o suspeito foi encaminhado para audiência de custódia na manhã desta terça-feira (18 de junho de 2024). O delegado representou pela prisão preventiva do suspeito, e o Ministério Público do Piauí se manifestou favorável. Agora, cabe à Justiça decidir o destino do homem. "Voltamos ao hospital para fazer exame de corpo de delito e para receber medicação e outros cuidados. Enquanto estávamos lá ele também foi levado ao hospital para fazer o exame de corpo de delito. Ao chegar lá ele encontrou meus pais e disse a eles que os meus ferimentos foram causados pelo acidente do carro e não pelas agressões dele. Foi por isso que ele bateu meu carro de propósito, para usar o acidente como desculpa para os ferimentos que causou", analisa. Foto: Arquivo Pessoal
Nove meses de namoro Danielle refletiu sobre o relacionamento de nove meses com o ex-namorado, que sempre demonstrou comportamento agressivo. "Ele tinha falas agressivas, brigava muito na rua e sempre tentava intimidar as pessoas, inclusive com a arma que portava. Mas comigo, não tinha acontecido agressão física de fato," relembra. Já ontem (17 de junho), as duas vítimas voltaram à delegacia para prestar depoimento. Danielle disse que não conhece o motociclista e o motorista que a socorreram, mas que pretende procurá-los para agradecer pelo apoio. A jovem também falou do apoio que recebeu dos profissionais do hospital e na delegacia, onde prestou queixa. "Recebi muito apoio dos profissionais do hospital, fui muito bem acolhida e atendida. Na delegacia também, apesar de Pedro II não ter uma Delegacia da Mulher, fui muito bem atendida no plantão. O delegado nos ouviu e acolheu," finalizou. O acusado da violência que é funcionário terceirizado do Governo do Piauí e que atuava na Delegacia de Pedro II, no Norte do Piauí, portava arma de fogo. Veja o que diz o advogado Juan Pablo que defende o suspeito Valdevan Furtado dos Santos Esclarecemos que os fatos de violência em questão ainda estão sendo apurados pela delegacia de polícia na figura do doutor delegado Júlio Vieira que tem prestado excelentes serviços à comunidade pedrossegundense e que a delegacia ainda irá procurar ouvir mais testemunhas, requisitar imagens de segurança para entender melhor o contexto dos fatos. Nosso cliente ainda se encontra preso aguardando a audiência de custódia que é um procedimento processual de apresentação do preso em flagrante ao juiz para averiguar possíveis irregularidades, como maus-tratos e violação de garantias constitucionais, que já de antemão adianto que não ocorreu. Aqui em Pedro II temos excelentes policiais, policiais civis, policiais militares que respeitam a integridade física do preso e suas garantias também. No entanto, acreditamos que ele, nosso cliente, tem o direito e irá responder o processo. O que não quer dizer que seja inocente ou que a justiça é falha. O que o público, em geral, precisa entender é que num estado de inocência, um estado democrático de direito, como o nosso, como o Brasil, vigora o princípio da inocência, e o investigado só poderá ser culpado quando não comportar mais nenhum tipo de recurso. E se tratando de um excelente pai, excelente amigo, dedicado ao trabalho e sua família, as medidas cautelares e as medidas protetivas de urgência serão suficientes para assegurar ali o bom andamento processual, assegurar a integridade física da vítima, das testemunhas, acredito fielmente que nosso cliente de modo algum irá atrapalhar a investigação ou o processo. O fato ainda está sendo apurado, está em investigação, se trata de um caso isolado na vida do nosso cliente, um contexto inicial que sequer seria da Maria da Penha, ou seja, de violência doméstica. E sim uma confusão, um bate-boca entre ele e uma amiga. A confusão não foi com ela [ex-namorada], e sim com uma colega dele, mas que, infelizmente desencadeou para o contexto da Lei Maria da Penha.
Fonte: Portal Cidade Verde |
Última atualização ( Ter, 18 de Junho de 2024 23:08 ) |