Escrito por Saraiva    Sáb, 25 de Agosto de 2018 11:10    Imprimir
Conselho Regional de Medicina constata falta de medicamentos no Hospital de Campo Maior

Após um áudio vazado pela internet no início dessa semana, com denúncia da então diretora geral do Hospital Regional de Campo Maior-PI, Jardênia Ribeiro de Sousa, a diretoria do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) fez uma fiscalização em todas as dependências do hospital, na última quinta-feira (23 de agosto de 2018) e constatou falta de medicamentos e várias outras irregularidades.

Durante a fiscalização no Hospital de Campo Maior, a direção financeira do hospital reafirmou que os recursos não estão sendo suficientes para cobrir as despesas necessárias com insumos e medicamentos. Também falta uma série de medicamentos e a escala médica encontra-se reduzida, principalmente para algumas cirurgias.

O diretor financeiro do hospital, Robert Sousa Alves, confirmou as informações da ex-diretora Jardênia Sousa, de que mensalmente os fornecedores estão sendo pagos apenas com parte da dívida, pois o montante do recurso que chega não é suficiente para cobrir as despesas com insumos e medicamentos. Segundo o CRM/PI, neste mês de agosto, o recurso que entrou na conta do hospital foi de R$ 402 mil (referente a julho), aproximadamente R$ 239 mil são para pagar a folha de pagamento, além de outras despesas e somente sobram R$ 70 mil para pagar fornecedores, o que seria insuficiente.

Imagem: Reprodução do Google

Hospital Regional de Campo Maior, no Piauí.

Segundo a direção do hospital, é necessário mensalmente um montante de R$ 120 mil somente para a compra de medicamentos e material hospitalar. Também foi informado que a dívida com fornecedores de janeiro a agosto desse ano já passa de R$ 400 mil. Além disso, o hospital que possui 110 leitos, conta com 140 profissionais. "Grande parte sem nenhum vínculo e nem contrato trabalhista, mas que recebem salários, entre eles médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal de serviços gerais. Recentemente, um dos fornecedores de material descartável para a distribuição de quentinhas da cantina do hospital deixou de fornecer por falta de pagamento", informou o CRM/PI.

A fiscalização não registrou falta de alimentos para manter o hospital, no entanto, a farmácia conta com uma lista com vários medicamentos que estavam em falta no momento da fiscalização. Outro problema observado foi que não foi renovado o contrato com a empresa responsável pelos dosímetros de radiação, utilizados pelos técnicos em radiologia por falta de verba, "comprometendo a proteção contra danos à saúde daqueles profissionais".

Imagem: Reprodução do Google

Conselho Regional de Medicina do Piauí.

O hospital não conta com nenhuma ambulância de suporte avançado, apenas duas ambulâncias básicas. De acordo com o CRM/PI, no momento da fiscalização, somente uma ambulância se encontrava presente e em péssimas condições de uso.  "As cirurgias de algumas especialidades médicas, como ortopedia não são realizadas diariamente, como se espera em um hospital regional, que atende Campo Maior e mais 15 municípios circunvizinhos. Quando não é possível realizar alguns tipos de cirurgias, os pacientes passam por regulação e são transferidos para Teresina.  O hospital também enfrenta vários problemas estruturais, como infiltrações, paredes e tetos deteriorados e as enfermarias possuem ar condicionados quebrados e os pacientes enfrentam o calor usando ventiladores", finaliza o documento enviado pelo CRM/PI. Com informações do Conselho Regional de Medicina.