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Casas de loteamento em Teresina ameaçam desabar e moradores acionam a justiça |
![]() A Conviver Urbanismo explicou que atua na venda de lotes, não possuindo qualquer relação com a edificação das residências. Confira a nota na íntegra no final da reportagem. O marceneiro João Inácio mostrou as rachaduras no muro, nas paredes e no chão da casa. O sonho da casa própria virou um grande pesadelo e depois de três meses no local, ele decidiu voltar para o aluguel.
"Não me sinto seguro de deixar meus filhos aqui debaixo. Medo da casa cair. Tristeza, muita frustração e decepção. Tenho que ir na Caixa resolver a questão da prestação atrasada, porque eu não estou conseguindo dar conta de pagar aluguel, prestação, ter que ficar vindo aqui pra não deixar ninguém roubar", declarou. Insatisfeitos com o tratamento dado pela empresa proprietária do loteamento, os moradores decidiram contratar um serviço de sondagem de solo e tiveram uma surpresa. A empresa que fez a sondagem no solo do loteamento concluiu que em vários pontos o local é impróprio para construção. "A gente concluiu que realmente houve uma falha em contemplar alguns projetos na parte do empreendimento. Nesse caso específico, realmente a maioria foi a questão de projetos de águas pluviais de chuva que interferiu na capacidade importante do solo e acabou levando essas não conformidades da estrutura", explicou o engenheiro civil Daniel Brito. Segundo o engenheiro, o excesso de umidade no subsolo explica o afundamento dos imóveis, que levam a enormes rachaduras dentro e fora das casas.
O especialista em direito imobiliário explicou as providências que os moradores prejudicados podem tomar para pedir uma reparação. "Caso a sua obra venha apresentar rachaduras ou até mesmo um desmoronamento. Você poderá acionar judicialmente a construtora contratada para ter reparado todos os seus prejuízos", disse o advogado imobiliário Rafael Correia. Em busca de providências, os moradores contrataram um advogado e estão pedindo indenizações com base no Direito do Consumidor. "Os moradores, como consumidores que são, são hipossuficientes e vulneráveis. Eles não tinham informações técnicas sobre as condições dos loteamentos. Eles deveriam ser informados. E o que acontece é que faltou estudo, plano altimétrico. Isso é uma coisa que o engenheiro pode falar melhor. Faltou sondagem do solo. Enfim, faltou toda uma perícia que revelasse se o solo tinha ou não condições de suportar construção de habitação. São falhas estruturais que comprometem até a segurança e a vida dos moradores", destacou o advogado Ulisses Júnior. Nota da empresa A Conviver Urbanismo esclareceu que o loteamento foi executado respeitando as normas técnicas, com análise de viabilidade, projeto aprovado e infraestrutura completa. A empresa informou também que todas às vezes em que foi procurada pelos clientes, foram realizados estudos específicos nas casas e que concluiu que as falhas apontadas se tratam de vícios construtivos, não relacionados à infraestrutura do lote. A Conviver Urbanismo explicou ainda que atua na venda de lotes, não possuindo qualquer relação com a edificação das residências.
Fonte: TV Clube e g1 |