|
||||
Fisioterapeuta é preso suspeito de participação no assassinato de morador de rua em Teresina depois que médico foi preso por engano |
![]() Os suspeitos presos pelo DHPP foram identificados como sendo o fisioterapeuta Hitalo Vinicius Nogueira de Almeida e o segurança Sandro de Lima Freitas. Eles são enteados e padrasto.
Ao g1, a advogada dos presos, Mayara Maia, definiu o caso como uma fatalidade e defendeu que os clientes estão contribuindo com o trabalho da polícia. Os suspeitos vão passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (8 de novembro). "Foi uma fatalidade. Nada foi planejado ou programado, acho que situações inusitadas. O momento difícil que a família estava passando, que acaba influenciando, às vezes, a autoria de algumas coisas que podem acontecer de fato", declarou a advogada Mayara Maia. Segundo o delegado Jorge Terceiro, responsável pela investigação, o fisioterapeuta foi preso em casa e o vigilante se apresentou com o advogado no DHPP. O morador de rua foi morto por ter supostamente quebrado o vidro do carro de um dos suspeitos. "Na noite do fato, eles estavam todos presentes em uma festa no Centro de Teresina e deixaram o veículo na parte de fora do local. Ao saírem do evento, eles constataram um dos vidros quebrados e saíram à procura do autor, sem saber quem era, e foram até a Praça João Luís Ferreira", informou. Conforme o delegado Jorge Terceiro, os suspeitos chegaram a oferecer dinheiro pela identificação da pessoa que tinha quebrado o vidro. Eles deixaram o carro e foram andando diretamente até a vítima, que foi agredida com tapas, chutes e morta a tiros.
"A mãe do fisioterapeuta estava no momento do crime, mas não participou. Durante depoimento no DHPP, os suspeitos alegaram que os moradores de rua teriam partido para cima deles e eles se defenderam. Um deles teria sacado a arma e reagido a uma agressão dos moradores", contou. De acordo com Jorge Terceiro, a versão apresentada pelos suspeitos não se sustenta nos demais elementos, nem das testemunhas, nem das próprias filmagens do crime sendo praticado, que se encontra nos autos da investigação. Médico preso por engano Durante as investigações, um médico ortopedista chegou a ser preso por engano e foi liberado. Segundo o delegado Jorge Terceiro, testemunhas teriam reconhecido por fotos o médico como o autor do crime. "O fato foi em abril de 2022. No transcorrer do procedimento diversas testemunhas foram ouvidas e algumas em reconhecimentos fotográficos acabaram reconhecendo uma pessoa que não estava no local do crime. Nós nos valemos de outras técnicas investigativas que mostraram que a pessoa que foi detida para fins de investigação, alguns meses atrás, não era o suspeito", declarou. No transcorrer da investigação, o delegado Jorge Terceiro chegou aos verdadeiros autores que, interrogados na presença dos advogados, confessaram o crime.
Defesa do médico confundido fala no sofrimento da família e pedirá reparação do "erro" Os advogados Norberto Campelo e Gilberto Holanda, que atuam na defesa do médico ortopedista Albert Medeiros, que foi preso temporariamente suspeito do crime, em agosto deste ano, estiveram no DHPP na tarde deste dia 7 de novembro de 2023 para acompanhar o caso. Norberto Campelo afirmou que os advogados ajudaram nas investigações para que médico fosse totalmente retirado da culpa. “Desde o primeiro momento a gente já tinha consciência de que havia um equívoco na investigação. O Dr. Albert é uma pessoa que jamais se envolveu em qualquer tipo de ato ilícito, estava com a consciência absolutamente tranquila e nosso papel, o Dr. Gilberto (o outro advogado), foi tentar colaborar com as investigações, já de plano comprovando que era impossível a participação do Dr. Albert, porque ele estava em um local muito distante do local da ocorrência e outras provas, também muito contundentes, foram possíveis de ser recolhidas rapidamente a comprovar a ausência total de participação neste evento que era investigado”, explicou Norberto. A defesa informou que as novas prisões deixaram a família do médico, aliviadas, porém o sofrimento causou sérios danos morais e profissional. “Nós compreendemos que há um certo alívio para a família que sofreu muito com tudo isso. A mãe do Albert, inclusive, chegou a ter um AVC, em causa disso, com um sofrimento muito grande, ele teve um prejuízo moral muito grande, na sua profissão de médico, consultas desmarcadas, clientes perdidos, porque fica aquela dúvida. Então foi um momento de grande sofrimento”, relatou. O advogado reforçou que o trabalho da Polícia Civil é importante e que tem prestado relevantes serviços à população, mas que houve um “erro”, apesar da reparação feita agora. Mas, que vai procurar a reparação judicial. “E, agora, o alívio porque a polícia fez o seu trabalho, ao perceber que havia, de fato, cometido um erro, tinha sido induzida em erro por reconhecimentos que não eram verdadeiros, por indícios que também não se comprovaram. Acho que é importante a polícia do estado do Piauí, vir a público, para explicar com a sociedade tudo o que houve. (...) esse episódio não deve servir para o descrédito da Polícia Civil do Estado do Piauí, que tem relevante serviços prestados”. “É uma pena que tenha acontecido esse erro, um erro claro e muito grave para essa família, (...) mas teremos novos desdobramentos, porque é preciso que o estado responda pelo erro cometido, pelos graves danos causados a essa família, isso nós, claro, teremos necessariamente que buscar”, completou.
Fonte: Portais G1 e Cidade Verde |
Última atualização ( Ter, 07 de Novembro de 2023 19:45 ) |