|
||||
Biomédica piauiense Lair Guerra indicada ao Nobel da Paz morre aos 80 anos em Brasília |
![]() A informação foi confirmada pelo irmão de Lair Guerra, pastor Júlio Borges. Ele informou que o corpo dela será cremado. Lair guerra foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho pioneiro com o programa de combate a Aids, que foi um exemplo para o mundo. Desde janeiro de 2024, ela estava internada na UTI do Hospital Santa Luzia após diagnostico de pneumonia. A piauiense chegou a ser entubada e nos últimos 10 dias teve uma piora significativa no quadro médico. Em 1996, Lair sofreu um acidente de carro na cidade de Recife e vinha enfrentando sequelas deixadas pelo episódio. Na ocasião, ela estava na capital pernambucana para participar de uma palestra sobre Aids quando o taxi que a levava para a conferência bateu em um ônibus. Após o acidente, a biomédica passou dois meses em coma e após tratamento conseguiu retornar para casa utilizando uma cadeira de roda e outras sequelas.
Foto: Arquivo Pessoal
Referência mundial Nascida em 1943 no povoado Gety, antes pertencente ao município de Parnaguá-PI, hoje Curimatá, a 775 km de Teresina, no Sul do Piauí, Lair Guerra, graduou-se na Universidade Federal de Pernambuco. Casou-se em 1962. No dia 28 de março de 2024, a biomédica completava 81 anos. Em 1977 começou a lecionar Microbiologia na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a administrar o laboratório da universidade. Ela também foi professora da UnB (Universidade de Brasília). A piauiense fez pós-graduação no Centro de Controle de Doenças (CDC) e em Harvard, nos Estados Unidos. Ao obter bolsa da Organização Pan-americana de Saúde foi morar em Atlanta, na Geórgia (EUA), com a família. Na cidade americana atuou como pesquisadora visitante na área de doenças sexualmente transmissíveis no Center for Disease Control (Centro de Controle de Doenças). Paralelamente, cursou o mestrado em Microbiologia na Georgia State University, enquanto acompanhava as primeiras pesquisas sobre o vírus HIV. Ao retornar ao Brasil dirigiu o Programa de Saúde Materno-Infantil do Ministério da Saúde. Devido à sua experiência, foi nomeada para coordenar o programa brasileiro de controle DST/Aids, que virou um exemplo para todo o mundo. Mobilizou o país para as fiscalizações dos bancos de sangues e se aliou às organizações não-governamentais para adotar políticas públicas de enfretamento à doença e pelo direito dos portadores. Uniu ciência às questões sociais.
Fonte: Portal Cidade Verde |