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Temer ignora votos contrários do PSDB e defende paz com tucanos |
— Temer continua tendo os ministros do PSDB na mais alta conta — minimizou um interlocutor. Apesar de o PSDB não ter entregue os votos para barrar a denúncia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara — apenas dois dos cinco deputados se posicionaram a favor do presidente —, Temer resolveu focar na “linha de convergência” com os partidos da base.
Governistas lembram que, apesar de boa parte dos deputados do PSDB se posicionar contra Temer na votação da denúncia, o cenário deve ser bem diferente quando as reformas tributárias e da Previdência forem pautadas no plenário, pontos em que o governo vai se concentrar durante o recesso parlamentar. O PSDB é o principal defensor da agenda de reformas encampada pelo presidente, e o governo tem o apoio de governadores, prefeitos e senadores tucanos para dar prosseguimento a essa agenda. Já os partidos do chamado “Centrão”, que apoiou Temer na CCJ, são vistos com certa desconfiança no governo, já que seus deputados são menos comprometidos com as reformas. O Palácio do Planalto já foi avisado, também, de que haverá defecções nessas legendas na hora de votar a denúncia em plenário. Por conta disso, a especulação sobre a troca de ministros tucanos é tratada no governo como “intriga do Centrão”. — O governo está trabalhando com as convergências. Hoje há compromisso do PSDB com as reformas, e se houver votações em plenário, tanto de MPs, projetos como a denúncia, temos tranquilidade que contamos com votos inclusive do PSDB — disse um assessor palaciano. Alberto Goldman, um dos vice-presidentes do PSDB, afirmou que não se preocupa com as investidas do grupo que forma o Centrão: — Não é problema do PSDB. Temer faça o que quiser. Nada muda — afirmou. O caso mais emblemático no PSDB é o do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PE), o único dos ministros tucanos com mandato parlamentar a não fazer uma defesa pública do governo desde que foi divulgada a delação da JBS. Ao contrário, chegou a demonstrar disposição para deixar o cargo e defendeu o desembarque do PSDB do governo. Apesar disso, a relação com Temer, segundo interlocutores disseram ao GLOBO, está “totalmente pacificada”. O orçamento robusto da pasta que Bruno ocupa desperta o interesse dos partidos do Centrão, responsáveis, em grande medida, pela vitória de Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Essas legendas pressionam por mais espaços no governo. — Os outros partidos aliados gostariam de ter mais espaços no governo, o Ministério das Cidades é importante, mas hoje está nas mãos do Bruno e não está ofertado a quem quer que seja — disse um interlocutor do presidente. Com informações do O Globo. |
Última atualização ( Ter, 18 de Julho de 2017 09:37 ) |