Igno Davi da Silva, de 1 ano, morreu na tarde desta quinta-feira (2 de janeiro de 2025) com suspeita de envenenamento em Parnaíba, no Litoral do Piauí. Essa é a 2ª morte confirmada na família que passou mal e foi hospitalizada após comer peixes doados. Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, morreu ainda na quarta (1º), depois de a família comer o alimento. Outros cinco familiares estão internados.
A informação da segunda morte com suspeita de envenenamento foi confirmada pelo Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda), onde a vítima estava internada.
Ao todo, nove pessoas da mesma família foram socorridas com suspeita de envenenamento. Duas morreram, duas receberam alta hospitalar e outras cinco estão internadas - três crianças e dois adultos.
O bebê de 1 ano que morreu é irmão dos meninos Ulisses Gabriel e João Miguel, que morreram depois de comerem cajus envenenados em agosto de 2024. A mãe está internada entre as cinco vítimas da família. Não se sabe se há relação entre os dois casos.
Investigação
Um parente informou à polícia que a família passou mal na quarta-feira (1º de janeiro de 2025) após comer peixe e arroz de uma cesta básica doada na noite de terça-feira (31 de dezembro de 2024). No entanto, segundo o delegado Abimael Silva, os familiares comeram apenas o peixe da cesta e requentaram outro arroz, preparado na casa deles na noite anterior.
Na tarde desta quinta-feira (2 de janeiro de 2025), o delegado ouviu o depoimento de um casal que fez a doação de cestas básicas no bairro e os peixes à família.
"Eles faz um trabalho filantrópico, fazendo ações. Doaram diversas cestas básicas aqui no bairro e também doaram cerca de 30 quilos de peixes, manjuba, que foram fornecidos pela associação de pescadores e todo ano eles fazem esse serviço, mas somente a família aqui que passou mal com o consumo desses alimentos", explicou o delegado Abimael Silva.
A Polícia Civil do Piauí aguarda os exames toxicológicos feitos pelo Instituto Médico Legal (IML). Eles vão definir a causa da morte do adolescente e do bebê de 1 ano, e as substâncias que estão no organismo das vítimas internadas.
A perícia também vai determinar se havia substâncias tóxicas nos alimentos doados. Enquanto isso, familiares e testemunhas estão sendo ouvidos pelos policiais.
Familiares internados
De acordo com o diretor técnico do Heda, Carlos Teixeira, cinco pessoas da família seguem internados no hospital - três crianças e dois adultos. Conforme a unidade hospitalar, o estado das vítimas é estável.
Entre os pacientes está Francisca Maria da Silva, de 32 anos, que foi entubada na manhã desta quinta-feira (2 de janeiro de 2025). Ela é mãe dos meninos Ulisses Gabriel e João Miguel, que morreram depois de comerem cajus envenenados em agosto de 2024.
Em entrevista à TV Clube, o perito geral do Departamento de Polícia Científica e Diretor do Instituto de Medicina Legal (IML), Antônio Nunes, afirmou que a perícia da Polícia Civil coletou material genético do estômago, sangue e urina do adolescente morto.
O diretor apontou que as vítimas tiveram sintomas típicos de intoxicação por veneno, como cólicas, diarreia, falta de ar e tremores.
Além dos familiares internados, duas pessoas da família receberam alta e os outros três continuam em observação no Heda. As vítimas são:
Manoel Leandro da Silva, de 17 anos (morto);
Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (morto);
Francisca Maria da Silva - internada (mãe de Davi e irmã de Manoel);
Francisco de Assis Pereira da Costa - internado (padrasto de Manoel);
três crianças - internadas;
Uma adolescente e uma adulta que receberam alta;
Fonte: G1 Piauí