Os empréstimos contratados pelo governo de Rafael Fonteles, no Piauí, têm chamado atenção devido aos altos valores envolvidos e ao impacto no endividamento do estado. Em apenas três contratos com o Banco do Brasil, serão pagos, só em juros, encargos e comissões, mais de R$ 4 bilhões.
Em 18 de abril de 2023, o governo firmou contrato de R$ 2 bilhões junto ao Banco do Brasil, com previsão de pagamento até 2033. Com juros, encargos e comissões de aproximadamente R$ 1,34 bilhão, o valor total a ser quitado chega a R$ 3,34 bilhões.
Em 28 de março de 2024, um novo empréstimo de R$ 2 bilhões foi concedido com a mesma instituição. Os juros e taxas somam R$ 1.397 bilhões, elevando o valor total a ser pago até 2036 para cerca de R$ 3.397 bilhões. Mais recentemente, em 25 de outubro de 2024, o governador assinou outro contrato, dessa vez no valor de R$ 2,5 bilhões. Com a inclusão de R$ 1.715 bilhões em contribuições, o total a ser desembolsado até 2036 chega a R$ 4.215 bilhões.
Já foram liberados R$ 300 milhões e, em 2025, prevê-se a liberação de mais R$ 2,2 bilhões. O total de juros e encargos somados nesses três contratos alcançou R$ 4.452 bilhões, o que gera questionamentos sobre a capacidade de endividamento do estado e a destinação real dos recursos.
A transferência financeira expressiva levanta ainda debates sobre a transparência e a necessidade de maior esclarecimento à população sobre a aplicação desses valores. O levantamento e divulgação dessas informações deveriam ser conduzidos com mais rigor pela Assembleia Legislativa do Piauí. No entanto, a maioria dos parlamentares se mantêm inerte frente ao quadro temerário das finanças estaduais.
Em resposta, o governo reafirma que o Piauí está sob equilíbrio financeiro. O secretário de Fazenda, Emílio Júnior, divulgou a tabela de pagamento e anuncia que os valores serão pagos iniciando sempre por aqueles que ganham menos. As secretarias da Fazenda (Sefaz) e da Administração (Sead) estimam que o investimento com pessoal irá ultrapassar R$ 10,6 bilhões em 2025, segundo informações da Coordenadoria de Comunicação.
Fonte: Debate Piauí/Toni Rodrigues