A Polícia Civil prendeu neste sábado, 18 de janeiro, o tenente Fernando Genauro da Silva, suspeito de dirigir o carro usado pelos atiradores na execução de Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em dezembro do ano passado.
Ele é o 16º policial militar preso no caso, que envolve uma rede de corrupção e ligação com a facção criminosa.
Gritzbach, acusado de integrar esquemas de lavagem de dinheiro do PCC, firmou delação premiada com o Ministério Público, denunciando integrantes da organização e policiais corruptos. Ele foi morto a tiros de fuzil na área de desembarque do aeroporto, em um crime que, segundo a investigação, contou com a participação de policiais militares.
A Polícia Civil agora busca identificar o terceiro ocupante do veículo usado no crime e investiga se Genauro tinha relação direta com os demais policiais envolvidos na escolta irregular do delator.
A prisão
A prisão de Genauro ocorreu em Osasco, onde ele mora. O tenente foi levado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e, em seguida, será transferido para o Presídio Militar Romão Gomes.
A operação, que também cumpriu sete mandados de busca e apreensão, teve apoio da Corregedoria da Polícia Militar.
Na última quinta-feira, 16, o cabo Dênis Antônio Martins, apontado como um dos atiradores, foi preso. Outros 14 policiais, entre tenentes, cabos e soldados, já haviam sido detidos por fazer a escolta irregular de Gritzbach e por suposto envolvimento com o PCC.
As investigações mostram que Genauro e Martins trabalharam juntos na Força Tática do 42º Batalhão da PM, em Osasco, e atuaram na mesma viatura.
O sigilo telefônico de Genauro foi quebrado, e registros apontam ligações no momento em que o carro usado pelos atiradores foi acionado para levar os criminosos ao delator e, posteriormente, quando o veículo foi abandonado.
Defesa nega envolvimento
A defesa de Genauro afirma que ele é inocente e que não há provas concretas contra ele.
Segundo os advogados, o tenente não conhecia Gritzbach, não dirigiu para os atiradores e não participou do crime.
Manifestação de Tarcísio
Na quinta-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se manifestou, sobre a operação da Corregedoria da Polícia Militar, que resultou na prisão dos policiais, entre eles um cabo, acusados de envolvimento no assassinato do empresário Vinícius Gritzbach.
Durante a declaração, o governador ressaltou que já nutria desconfianças sobre a possível participação de membros da corporação no caso, especialmente devido à grande precisão e habilidade demonstradas pelo atirador.
Tarcísio afirmou que a destreza do executor dos disparos levantou suspeitas sobre a possível ligação com agentes da PM, o que acabou sendo confirmado pela investigação.
Fonte: O Antagonista