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Agente acusado de estuprar menor dentro de Delegacia no Piauí é demitido da Polícia Civil do Piauí

Crime aconteceu em junho de 2024 e a demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado de segunda-feira (20). Procurada, a defesa de Iran Machado ainda não se manifestou.

Redação
Por: Redação
21/01/2025 às 09h55 Atualizada em 21/01/2025 às 10h04
Agente acusado de estuprar menor dentro de Delegacia no Piauí é demitido da Polícia Civil do Piauí
Delegacia de Polícia Civil de Barras-PI (Foto: SSP/PI)

O agente de polícia Ivan Machado Veras foi demitido da Polícia Civil do Piauí após ser denunciado pelo estupro de uma adolescente de 16 anos dentro da Delegacia de Polícia Civil de Barras-PI, a 128 km de Teresina, no Norte do Piauí.

O crime aconteceu em junho de 2024 e a demissão do policial civil foi publicada no Diário Oficial do Estado da última segunda-feira (20 de janeiro de 2025). Procurada, a defesa de Iran Machado não se manifestou até a última atualização desta reportagem.

A decisão da demissão do agente foi citado o depoimento de uma pessoa, não identificada, que recebeu a denúncia da vítima. No relato, é informado que no dia do crime a menor procurou a Delegacia de Barras-PI para buscar a cópia de uma medida protetiva e encontrou o agente Ivan sozinho. Veja um trecho:

“[Ele] passou a supostamente ligar para a PM para solicitar a efetivação do cumprimento da protetiva; QUE IVAN relatou que não estava conseguindo concretizar a ligação para a PM e então conduziu a menor, pelo braço, até o alojamento, que fica nos fundos da Delegacia, de acesso privativo de servidores; QUE a menor relatou que passou a sofrer diversos abusos sexuais”, cita a decisão.

Ainda segundo o depoimento, ao ser questionada se chegou a dizer “não”, a vítima relatou que não teve reação e que ficou intimidada com a arma de fogo que estava sempre próxima ao corpo do policial. A garota disse ainda que só acompanhou o agente até o alojamento “por uma questão de confiança, por se tratar de um policial”.

A decisão cita também que a adolescente relatou que o policial não usou preservativo e que, após o estupro, mandou ela se vestir e que se ela ficasse calada, não falasse nada para ninguém, "iria pagá-la e iria começar a ajudar ela com algumas coisas".

A vítima contou ainda que passou mal alguns dias depois e ficou com medo de ter engravidado, então decidiu procurar um posto de saúde e lá confessou ter sido violentada. O médico fez uma notificação compulsória para conselho tutelar, que acompanhou a adolescente à delegacia, para que fizesse a denúncia.

Cidade de Barras, no Piauí (Foto: Reprodução Yotube)

Após citar os depoimentos, o secretário de segurança pública, Chico Lucas, que assina o documento, afirma basear sua decisão na gravidade das condutas atribuídas ao servidor, inclusive pela prática de ato definido como infração penal e no uso da repartição policial para efetivar a prática de abuso sexual em desfavor de menor de idade, dentre outros motivos.

Além disso, o secretário afirma ter o suporte no Estatuto da Polícia Civil, que define as condutas do agente como de natureza gravíssima e incompatíveis com o exercício da função policial, além de terem maculado a instituição Polícia Civil.

Ivan Machado Veras também deve responder criminalmente pelo estupro da vítima. Contudo, o caso está em segredo de Justiça, devido à vítima ser protegida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

  

Fonte: G1 Piauí