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Governo do Piauí compra Hilux SW4 de luxo por R$ 410 mil com dinheiro de empréstimo feito no BID

Gasto é um exemplo claro do descompasso entre o discurso e a prática da gestão estadual.

Redação
Por: Redação
08/02/2025 às 10h46 Atualizada em 08/02/2025 às 14h57
Governo do Piauí compra Hilux SW4 de luxo por R$ 410 mil com dinheiro de empréstimo feito no BID
Emílio Júnior, o secretário de Fazenda, é o primeiro da esquerda para a direita; na foto com secretário de Saúde, Antonio Luís, e com ex-secretário de Cultura, Carlos Anchieta

Enquanto prega austeridade fiscal, a Secretaria da Fazenda do Estado do Piauí (SEFAZ-PI) comprou uma Hilux SW4 zero km por R$ 410.308,00. O contrato, firmado com a concessionária Newland Veículos Ltda, foi assinado em 20 de dezembro de 2024 e tem vigência até junho de 2025.  

O veículo, uma caminhonete 4x4 de cabine dupla, supostamente será utilizado pela SEFAZ-PI dentro do Projeto de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Gestão Fiscal do Estado do Piauí (PRODAF - PROFISCO II). No entanto, o que revolta o contribuinte piauiense é a origem do recurso: um contrato de empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ou seja, dinheiro que terá de ser pago com juros; e também o alto valor do veículo num momento em que as receitas passam por dificuldades e necessitam de empréstimos constantes para se manter uma aparência de equilíbrio.

A contradição é evidente. Enquanto o secretário da Fazenda, Emílio Júnior, vai à imprensa falar de equilíbrio fiscal e necessidade de cortes, a pasta adquire um carro de alto padrão com dinheiro público, decorrente de empréstimo. Para muitos, o gasto é um exemplo claro do descompasso entre o discurso e a prática da gestão estadual.  

A escolha por um veículo de luxo também levanta questionamentos sobre prioridades. Em um estado com tantas demandas urgentes em saúde, segurança e infraestrutura, a compra de uma SW4 top de linha soa como desperdício. Afinal, por que não um veículo mais modesto? Questiona-se ironicamente: "De Fiat Uno ninguém quer andar?"

O caso expõe a incoerência do governo e deve gerar repercussão entre os contribuintes, que esperam responsabilidade na aplicação dos recursos públicos.

 

Fonte: Portal Debate Piauí /Toni Rodrigues