O Piauí voltou a ser manchete nacional, infelizmente, mais uma vez por um motivo negativo. A Controladoria Geral da União constatou fraudes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) em 35 cidades de 13 estados, incluindo Paquetá, no Piauí, que fica a 301 km de Teresina (Capital do Piauí).
Segundo reportagem do Fantástico, prefeituras inseriram dados falsos no censo escolar para receber indevidamente recursos do Fundeb, uma prática que se intensificou após a pandemia. O caso de Paquetá, no Piauí, chamou atenção pela discrepância: o município, com menos de 4 mil habitantes, apresentou uma lista inflada de matriculados, incluindo falecidos e até pessoas impossibilitadas de frequentar aulas, como um detento em Rondônia e um casal aposentado em Goiás.
O prefeito da cidade, aliado do ex-prefeito e atual deputado estadual Thales Coelho, atribuiu o problema a um erro do sistema, mas a CGU confirmou que Paquetá do Piauí recebeu recursos irregulares. A fragilidade na fiscalização, delegada às comissões municipais, permite que as prefeituras manipulem dados e desviem recursos essenciais para a educação. Apesar das evidências, o ex-prefeito e outras autoridades negaram o envolvimento, adotando uma postura de desprezo pelas investigações.
O deputado Thales Coelho, eleito pela oposição, recentemente aderiu ao grupo político do governador Rafael Fonteles, do PT, e segue compartilhando vídeos provocativos contra adversários locais. O caso levanta questionamentos sobre sua ascensão política. Como um ex-prefeito de uma cidade tão pequena consegue se eleger deputado estadual? Seria resultado de um grande trabalho ou de uma estrutura de campanha suspeita? Afinal, a lista da EJA parece mostrar que, em alguns casos, são os mortos que mandam em algumas eleições no Piauí.
IDENTIFICAÇÕES COM O "ESCÂNDALO PROAJA"
O caso de Paquetá lembra, e muito, o escândalo do PROAJA (Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos), ocorrido apenas alguns anos atrás, e que envolve figuras importantes dos governos petistas em suspeitas de corrupção, desvio de recursos públicos e fraudes na execução do programa, que foi criado para combater o analfabetismo no estado. O caso veio à tona após investigações apontarem irregularidades na aplicação dos recursos e na contratação de entidades responsáveis pela alfabetização de milhares de piauienses.
Relatórios de órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), indicam que houve pagamento por serviços não prestados, falsificação de registros de alunos e até mesmo uso de dados de pessoas falecidas para inflar os números do programa. Além disso, algumas entidades contratadas para executar o PROAJA não tinham capacidade técnica para cumprir o serviço, o que levanta suspeitas sobre favorecimento em contratos e licitações irregulares.
NÃO HAVIA COMPROVAÇÕES DE PARTICIPAÇÃO NAS AULAS
A denúncia mais grave envolve a destinação de milhões de reais para o programa sem que houvesse comprovação de que os alunos realmente participaram das aulas e foram alfabetizados. Em algumas cidades, listas de alunos matriculados foram preenchidas com nomes fictícios ou de pessoas que nunca frequentaram as turmas.
O escândalo gerou grande repercussão política, especialmente porque envolve o governo estadual, liderado pelo PT, e autoridades da Secretaria de Educação do Piauí. O episódio já se tornou um símbolo da má gestão de verbas públicas no Piauí. Os índices de analfabetismo aumentaram no Piauí após a execução do PROAJA. Teriam sido utilizados recursos dos precatórios do antigo Fundef na ordem aproximada de R$ 1 bilhão, segundo investigações da época.
SEGUIRÁ ALIADO DE RAFAEL
Recentemente, Dr. Thales, como é mais conhecido, aderiu ao grupo político do governador Rafael Fonteles. Questionado pelo seu partido, o PP, ele anunciou que seguirá em agremiação da base governista.
Fonte: Portal Debate Piauí/Toni Rodrigues