22°C 33°C
José de Freitas, PI
Publicidade

Em áudio, namorado da vereadora Tatiana Medeiros afirma que 'agora tem vereadora na câmara para ajudar'

A vereadora Tatiana Medeiros que é advogada está recolhida no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí

Redação
Por: Redação
04/04/2025 às 15h48 Atualizada em 04/04/2025 às 15h56
Em áudio, namorado da vereadora Tatiana Medeiros afirma que 'agora tem vereadora na câmara para ajudar'
Vereadora Tatiana Medeiros (Foto: Mikaela Ramos)

A quebra do sigilo telefônico dos alvos da operação da Polícia Federal revela que o namorado da vereadora de Teresina-PI, Tatiana Medeiros, que foi presa no dia 3 de abril de 2025, sugere que integrante de facção criminosa “agora tem vereadora na câmara para ajudar”. 

Trecho extraído de conversa de Alandilson Cardoso Passos, namorado de Tatiana Medeiros, e que está preso em Minas Gerais, afirma que gastou mais de R$ 1 milhão na campanha da Tatiana e que “agora tem a vereadora na câmara para ajudar, que estão com um mandato lá”. 

 

 A parlamentar foi presa em operação “Escudo Eleitoral” da PF, suspeita de ligação com facção criminosa e compra de votos. 

Nesta sexta-feira (4 de abril de 2025), em audiência de custódia, o juiz Luís Henrique Moreira Rêgo manteve a prisão da vereadora e ela se encontra em alojamento da Polícia Militar, no Quartel do Comando Geral. A operação cumpriu oito mandados, sendo três de prisões em Teresina e Timon (MA). 

A investigação da PF revela que o padrasto da vereadora Tatiana Medeiros é apontado como operador financeiro do esquema criminoso. Stênio Ferreira foi afastado das funções públicas que exercia na Secretaria de Saúde do Estado do Piauí e na Assembleia Legislativa do Piauí.  Além dele, o namorado da parlamentar Alandilson Passos que teve mandado de prisão preventiva decretado e uma assessora de Tatiana estão entre os investigados por suspeita de envolvimento com crimes eleitorais.

“O risco de penetração de facções criminosas no serviço público impõe medidas preventivas e rigorosas. No presente caso, há indícios robustos de que Tatiana atuará como facilitadora de interesses de um membro de organização criminosa, utilizando seu mandato para blindagem institucional e favorecimento de membros do grupo criminoso”, diz juiz Luís Henrique em sua decisão. 

De acordo com a investigação, as informações evidenciam uma rede de crimes organizados com fins patrimoniais, financeiros e de traficância. 

“Alandilson pretendendo utilizar o poder político de Tatiana Medeiros para obter benefícios pessoais e fortalecer atividades ilícitas.

Em busca e apreensão, a PF localizou listas de eleitores e informações de que votos eram comprados por R$ 100. Em áudios em poder da polícia, Alandilson exigia que as pessoas cooptadas encaminhassem imagens do título eleitoral, do comprovante de votação e, sempre que possível, registrassem em vídeo a urna eletrônica no momento do voto. 

No inquérito, a PF diz que há provas que atestam a inconsistência das despesas declaradas na campanha eleitoral de Tatiana Medeiros. Segundo documentos, há gastos de R$ 46 mil com “publicidade por materiais impressos” e que só apresenta R$ 4.100. 

Entenda as medidas adotadas na operação Escudo Eleitoral por decisão judicial: 

Mandado de prisão preventiva contra a vereadora Tatiana Medeiros e seu namorado Alandilson Passos, que já está preso em Minas Gerais; 

Afastamento das funções públicas do padrasto de Tatiana, Stênio Ferreira na Sesapi e Alepi; da assessora Emanuelly Pinho que atuava na Câmara e no Instituto Vamos Juntos e da própria vereadora. Todos não podem ter acesso ou frequência às dependências dos prédios e de manter contato com os servidores daquele órgão; 

Suspensão das atividades da ONG Instituto Vamos Juntos, bem como a suspensão de recebimento de recursos públicos; 

Indisponibilidade e bloqueio imediato de ativos financeiros de Alandilson Passos em todas as contas bancárias e aplicações financeiras em nome do investigado no valor de R$ 1 milhão;

 Apreensão e indisponibilidade do veiculo da mãe da Tatiana Medeiros, Maria Odélia Medeiros.


Na investigação consta que o Instituto Vamos Juntos realizava cadastros irregulares de famílias para o controle dos votos e repasses de financeiros a "lideranças" que possivelmente facilitaram a prática de compra de votos.

Na primeira operação da PF “Escudo Eleitoral” foi apreendido R$ 97 mil na residência e no escritório da vereadora. 

 

Fonte: Portal Cidade Verde