O arcebispo de Teresina-PI, Dom Juarez Marques, falou sobre os marcos do pontificado do Papa Francisco e os desafios que aguardam o novo líder da Igreja Católica. Jorge Mario Bergoglio faleceu aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano, onde residia. O pontífice argentino enfrentava um quadro de bronquite, que evoluiu para uma pneumonia bilateral, considerada complexa pelos médicos.

Dom Juarez celebrará uma missa em sufrágio da alma de Francisco, nesta segunda-feira (21), às 17h, na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Dores, localizada na Praça Saraiva, em Teresina.

Segundo Dom Juarez, o principal legado deixado por Francisco foi a fidelidade à missão de Cristo.

“Foi realizada a 5ª Conferência Episcopal Latino-americana, que aconteceu aqui no Brasil, em Aparecida, e nesse tempo, Bergoglio era o cardeal de Buenos Aires e foi o relator principal da Conferência de Aparecida, que nos convidava a ser uma Igreja missionária, com o objetivo de formar discípulos missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida. E este é o grande legado do Papa: a fidelidade a Cristo. Fidelidade a Cristo, que é a Palavra viva de Deus. Cristo é a Palavra e a vivência do ensinamento do nosso Senhor Jesus Cristo — e isso o Papa testemunhou com a vida, com a palavra e nos ensinou muito”, afirmou o arcebispo de Teresina.

Dom Juarez também destacou o papel reformador e inovador de Francisco, ressaltando a maneira como o pontífice aproximou a Igreja das realidades sociais, imprimindo um novo estilo pastoral ao longo de seu pontificado.

“O Papa Francisco foi o Papa da reforma, da inovação da Igreja, que aproximou a Igreja do mundo. Ele dizia para sermos próximos, que queria uma Igreja pobre para os pobres, no sentido de a Igreja ir ao encontro de todos, sobretudo dos mais frágeis, dos mais vulneráveis — e isso ele manifestou no seu jeito de ser. E depois, o seu grande empenho pela paz. Então, isso, de uma forma muito simples, é um pouco do que nos impressionou no Papa e daquilo que ele imprimiu como prática do seu pontificado na Igreja”, destacou.

Por fim, o arcebispo comentou sobre os desafios que aguardam o sucessor de Francisco, destacando a importância de dar continuidade ao legado deixado pelo Papa argentino, mas também de responder aos novos tempos com sabedoria e fé.

“É um grande desafio, mas nós estamos orantes e confiantes de que o Senhor haverá de nos mandar um Papa que seja um bom pastor para os nossos tempos, continuando a missão do Papa Francisco, evidentemente com seu jeito de ser e de fazer — porque cada Papa é um Papa. O Papa é o bispo de Roma, e com ele a nossa comunhão e nossas orações por ele neste momento. Então, o próximo Papa tem o desafio de responder hoje com o mesmo Evangelho de ontem, mas em tempos diferentes, de mudanças radicais, e continuar o legado do Papa Francisco, para que nós possamos seguir anunciando o Evangelho e construindo o Reino de Deus aqui, com a sua plenitude e esperança na eternidade”, ressaltou.

Morte do Papa Francisco

Francisco morreu na residência onde vivia no Vaticano, a Casa Santa Marta. O Papa foi internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, no dia 14 de fevereiro, após crises de bronquite. O quadro clínico se agravou, levando a uma internação de 38 dias. Após receber alta, ele retornou à residência e passou a fazer raras aparições públicas.

O anúncio oficial da morte foi feito às 7h35 desta segunda-feira (21 de abril de 2025), feriado de Páscoa, pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Câmara Apostólica.

O primeiro ritual fúnebre acontecerá ainda hoje, quando o corpo será colocado no caixão, às 20h (15h no horário de Brasília).

De acordo com comunicado do Vaticano, o Papa Francisco expressou em vida o desejo de que os ritos fúnebres fossem "simples e focados na fé da Igreja no Corpo Ressuscitado de Cristo"

Fonte: TV Cidade Verde e Portal Cidade Verde