Em entrevista à TV Cidade Verde nesta segunda-feira (5 de maio de 2025), o delegado Alessandro Barreto, da Polícia Civil do Piauí (PC-PI), que atualmente é coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, alertou pais e responsáveis sobre as “redes de ódio” na internet. Conforme a autoridade policial, essas redes estão “capturando” crianças e adolescentes para a prática de crimes.
“Temos visto hoje uma galera com a necessidade de pertencimento. Para pertencer a um grupo, praticam desafios horríveis. Temos casos de meninas escravizadas na internet, que são subjugadas e obrigadas a fazer barbaridades. Isso tem nos indignado muito, pois remonta às piores épocas em que o ser humano cometia atrocidades em busca de audiência, em busca de pertencimento”, afirmou.
Uma recente investigação do Ciberlab conseguiu evitar um ataque à escola, planejado por uma criança de apenas nove anos de idade. De acordo com Alessandro Barreto, o perfil dos jovens atraídos por essas “redes de ódio” é bastante variado e independe de classe social ou tipo de estrutura familiar. Por conta disso, o delegado enfatiza a importância de pais e responsáveis estarem mais próximos dos filhos.
“O pai e a mãe, às vezes, deixam o filho 10, 15 horas por dia dentro de um quarto trancado, achando que ele está seguro. Papai e mamãe, seu filho está mais seguro na rua, muitas vezes, do que trancado em casa, porque há criminosos na internet radicalizando esses menores”, advertiu o delegado.
“É muito importante que ocorra a conversa da mãe e do pai com os filhos. Muitas vezes, o pai e a mãe só descobrem o que o filho está fazendo quando a polícia vai à casa realizar busca e apreensão. Quando a polícia abre o computador e o celular e mostra o conteúdo, eles ficam espantados. Vigiem, acompanhem seus filhos para evitar o pior, para evitar que eles sejam capturados por alguém que quer fazer o mal”, completou.
Plano de ataque ao show da Lady Gaga
O Ciberlab conseguiu identificar um plano de ataque à bomba no show da Lady Gaga, que aconteceu na noite do último sábado (3), na praia de Copacabana. A ação resultou em uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ), que cumpriu mandados em quatro estados, prendeu um homem apontado como líder do grupo e apreendeu um adolescente por armazenamento de pornografia infantil.
A operação "Fake Monster" investigou um grupo que disseminava discurso de ódio nas redes sociais e preparava um plano de ataque contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.
“Recebemos uma informação de que poderia haver um atentado no local. Nossa unidade trabalhou, montou o quebra-cabeça, o mosaico, e identificou uma rede criminosa com integrantes em quatro estados — Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul —, e havia um planejamento para lançar coquetéis molotov durante o show”, explicou o delegado Alessandro Barreto.
Fonte: TV Cidade Verde e Portal Cidade Verde