A Polícia Militar do Piauí encontrou nesta terça-feira (20 de maio de 2025) um tablet e um aparelho celular na cela do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, no bairro Cristo Rei, na Zona Sul de Teresina-PI, onde está presa a vereadora Tatiana Medeiros. A vereadora está presa desde o dia 3 de abril, por suspeita de integrar facção criminosa, compra de votos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O Cidadeverde.com apurou que a Polícia Militar instaurou Processo Administrativo para investigar quem levou o tablet e o celular para a cela onde está presa a vereadora Tatiana.
Recentemente, a parlamentar estava tendo consultas online após reclamar de crise de ansiedade na cela. No entanto, a presença do tablet na cela só é permitido com data e horário marcado e após a consulta o aparelho é recolhido do local.
Tatiana Medeiros está presa no quartel porque é advogada e foi um pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil/PI).
Em nota divulgada na tarde desta terça-feira, a Polícia Militar confirmou a apreensão dos eletrônicos e informou que a vistoria é realizada diariamente nas salas destinadas a presos com prerrogativas legais, como advogados e autoridades.
Destacou ainda que a vereadora admitiu a posse dos eletrônicos.
“Ao ser questionada, a vereadora confessou estar de posse dos equipamentos e informou que os mesmos teriam sido entregues por seu advogado. A Polícia Militar do Piauí reforça seu compromisso com o cumprimento da legalidade e a fiscalização permanente nas dependências sob sua responsabilidade, comunicando o fato às autoridades competentes para as providências cabíveis”, informou.
A vereadora segue presa desde o dia 3 de abril. Dois pedidos de soltura já foram negados pela Justiça Eleitoral do Piauí e sua defesa acionou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o ministro Nunes Marques, que é piauiense, decidirá se concede liberdade a parlamentar ou se mantém a sua prisão.
Confira a nota da PM:
Durante vistoria de rotina realizada nesta terça-feira (20), policiais do Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí (QCG) localizaram um celular e um tablet na sala de Estado Maior onde encontra-se presa, por determinação judicial, a vereadora de Teresina Tatiana Medeiros.
A vistoria é realizada diariamente nas salas destinadas a presos com prerrogativas legais, como advogados e autoridades, conforme determinações judiciais. As celas utilizadas são improvisadas e adaptadas dentro do QCG para cumprimento das decisões.
Ao ser questionada, a vereadora confessou estar de posse dos equipamentos e informou que os mesmos teriam sido entregues por seu advogado.
A Polícia Militar do Piauí reforça seu compromisso com o cumprimento da legalidade e a fiscalização permanente nas dependências sob sua responsabilidade, comunicando o fato às autoridades competentes para as providências cabíveis.
Vereadora continua recebendo salário
O presidente da Câmara Municipal de Teresina confirmou na manhã desta terça-feira (20 de maio de 2025) que a Casa convocará o suplente da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), o empresário Leônidas Jr. (PSB), no próximo dia 4 de junho. Mesmo presa e afastada dos trabalhos, a vereadora receberá normalmente o salário de cerca de R$ 25 mil.
O parlamentar confirmou que Tatiana Medeiros continuará recebendo mensalmente o salário de vereadora.
“Ela continua vereadora, está apenas afastada do cargo, mas continua sendo a vereadora eleita pelo povo. O fato de não haver trânsito em julgado, de não ter sido ainda condenada, e de ainda haver um processo em que ela terá direito ao contraditório e à ampla defesa, significa que ela continua recebendo seu salário”, afirmou.
Investigação da Polícia Federal
A vereadora, seu namorado Alandilson Cardoso, que está preso em Minas Gerais e seu padrasto Stênio Santos foram indiciados em investigação realizada pela Polícia Federal.
De acordo com a investigação da PF, o padrasto de Tatiana Medeiros - Stênio Ferreira Santos - atuava como intermediador da parlamentar em pagamentos relacionados à compra de votos e à lavagem de dinheiro por intermédio do Instituto Vamos Juntos, fundado por Tatiana.
Durante busca e apreensão no Instituto Vamos Juntos, a PF encontrou documentos contendo listas de eleitores e um relatório intitulado "Relatório Votos Válidos", que consta registros de pagamentos realizados via pix a lideranças e eleitores. Também foram recuperadas informações destruídas de aparelhos eletrônicos da parlamentar. O juiz também determinou a suspensão das atividades da ONG da parlamentar.
Para a PF, a relação estreita entre Stênio Ferreira Santos, o namorado de Tatiana, Alandilson Cardoso Passos, que está preso em Minas Gerais, e Maria Odélia Medeiros, mãe da parlamentar, reforça a existência de um esquema financeiro para beneficiar a eleição de Tatiana Medeiros.
Segundo a investigação, a compra de votos era no valor de R$ 100 e com transferência via pix.
Em áudio, o namorado informou que investiu R$ 1 milhão na campanha da Tatiana e sugeriu que a facção criminosa tinha uma representante na Câmara Municipal.
Fonte: Portal Cidade Verde