O escândalo da fraude no INSS, o aumento do IOF e os constrangimentos provocados pela primeira-dama Janja desgastaram o governo Lula nas redes sociais. De janeiro a maio de 2025, os perfis oficiais do presidente perderam 1 milhão de seguidores, segundo a agência Ativaweb.
Apenas em abril, Lula perdeu 240 mil seguidores. Nesse mês, a Polícia Federal deflagrou a operação contra o esquema de descontos indevidos em aposentadorias. Durante esse período, 79% das 2,8 milhões de menções ao presidente foram negativas. Termos como “roubo”, “despreparo” e “omissão” dominaram os comentários.
O sentimento crítico persistiu em maio, com queda de 190 mil seguidores, em meio à reação negativa ao aumento do IOF. Nesse episódio, 89% das menções ao presidente foram negativas. O impacto foi maior no Nordeste, região historicamente ligada ao PT, que concentrou 28,4% das críticas nas redes.
A primeira-dama Janja também se tornou foco de críticas. Sua declaração sobre os efeitos nocivos do TikTok durante jantar com o ditador Xi Jinping gerou 73% de rejeição nas redes.
Posteriormente, ao demonstrar apoio ao modelo chinês de censura, voltou a ser alvo de críticas — com 35% das menções negativas e apenas 13,6% positivas.
Desaprovação recorde
Pesquisa da AtlasIntel divulgada na semana passada mostra que a desaprovação do governo Lula (PT) alcançou 53,7% em maio, o pior índice desde o início do mandato. A avaliação negativa do presidente também subiu e atingiu 54%, um avanço de sete pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, de abril.
A piora coincide com a revelação de um esquema de fraudes e desvios no INSS. A corrupção passou a ser vista como o principal problema do país, superando a criminalidade: foi citada por 60% dos entrevistados, ante 47% no mês anterior.
Entre abril e maio, a aprovação do presidente recuou de 46,1% para 45,4%. No mesmo período, a desaprovação subiu de 50,1% para 53,7%. Há pouco mais de um ano, em abril de 2024, o cenário era inverso: 50,3% aprovavam o governo, e 43,4% desaprovavam.
A avaliação da gestão também piorou: 52,1% consideram o governo ruim ou péssimo (eram 47,7% em abril). A fatia que classifica a gestão como ótima ou boa subiu levemente, de 40,2% para 41,9%, enquanto os que veem o governo como regular caíram de 9,6% para 6%.
Fonte: O Antagonista