Dois sargentos e um subtenente da Polícia Militar do Piauí foram presos, na última quinta-feira (19 de dezembro de 2024), em cumprimento a mandados de prisão preventiva. Os militares, lotados no 6° BPM, são investigados na morte do caminhoneiro Francisco Pereira da Silva Neto, que descarregava o caminhão, quando foi alvejado durante uma perseguição policial a um motociclista que estaria em atitude suspeita.
O caso ocorreu em novembro deste ano (2024), no bairro Lourival Parente, na Zona Sul de Teresina-PI.
Otoniel Bisneto, advogado que defende os militares, explica que os PMs foram presos suspeitos de obstrução de justiça e não pelo homicídio. Para a defesa, o tiro que matou a vítima partiu de uma terceira pessoa, supostamente, um vigilante, que presenciou a perseguição.
"A prisão, de certa forma, foi precipitada. Eles se apresentaram e foram presos hoje, supostamente, porque estavam intimidando um empresário que tem as imagens que podem inocentá-los. O tiro que matou o caminhoneiro, em tese, pelo que a gente tem informação, foi lateralizado. Ele transfixou. Não foi um tiro frontal. O que a gente se pergunta é por que esse empresário aguardou tanto tempo pra fazer esse tipo de denúncia e por que ele nunca entregou as imagens para o Ministério Público? O que ele está escondendo? É uma denúncia vazia que, inclusive, ele pode responder também porque ele prejudicou a vida de três policiais, três profissionais bastante responsáveis", argumenta o advogado.
Os militares estão custodiados e serão levados para audiência de custódia nesta sexta-feira (19). Vídeo obtido pela TV Cidade Verde mostra trecho da perseguição, o momento em que o motociclista, que estaria em atitude suspeita, é atingido e anda com dificuldade e também o caminhoneiro que após ser baleado, caminha lentamente e cai de joelhos.
O caso segue investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A família da vítima acredita que houve erro na ação policial e pede que o caso seja esclarecido.
"Quando eles forem fazer uma abordagem tem que ter mais cautela, não podem chegar atirando, tirando a vida de inocente. Peço Justiça. Meu marido não era bandido, era um trabalhador, um cidadão. Imploro por Justiça", disse a viúva Iraildes Paiva.
Entenda o caso
O caminhoneiro Francisco Pereira da Silva Neto morreu no dia 13 de novembro, dois dias depois de ser alvejado com um tiro, por volta de 1h, no bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina, quando descarregava um caminhão. Ele foi socorrido e morreu no hospital.
A família relatou que no momento do crime acontecia uma perseguição na região da PM a dois assaltantes. Um dos assaltante foi atingido e socorrido. Ele foi liberado um dia depois e encaminhado à Central de Flagrantes. Já o caminhoneiro passou dois dias internado e não resistiu.
A investigação agora busca determinar se houve confronto entre policiais e assaltantes na área onde o caminhoneiro foi baleado. O exame de balística deve determinar de onde partiu o tiro que vitimou Francisco Pereira.
Veja nota da defesa dos policiais Clenilson e Carlos Alberto:
A defesa dos policiais informa que a decretação da prisão preventiva é um excesso jurídico sem precedentes, primeiro porque o inquérito policial ainda está em andamento, e segundo, porque não existem provas de que os policiais foram coagir a suposta vítima.
O que se sabe é que o tiro que tirou a vida do caminhoneiro foi lateralizado e possivelmente havia uma terceira pessoa no local, sendo que é muito estranho que o empresário não entregou as imagens que podem mostrar o verdadeiro autor do disparo que tirou a vida do motorista.
Talvez a precipitação do empresário em fazer uma acusação tão grave mereça a devida investigação sobre as razões pelas quais ele esperou tanto tempo para fazer uma denúncia com essa gravidade contra os policiais. Ao que se sabe, quem pediu as imagens foi o comandante do Batalhão. Tudo será esclarecido no devido tempo.
Fonte: Portal Cidade Verde e TV Cidade Verde